30 de dezembro de 2010

Eu sou risos e luas...
E quando choro
Chovo pedras de gelo,
Grito vozes de refugiados,
Sinto o peito explodir.

Sonho palavras em estrangeiro
Cantando flores de plásticos

Pare o tempo!
Pare as horas!
Pare o mundo!

Deixe brilhar aquela última estrela.
Deixe tocar aquela última canção.

Sim, perdida estou.
Perdida estás!

Mas onde me encontrar?

24 de dezembro de 2010

Dentro de mim mora um grito.
De noite ele sai com suas garras, à caça
De algo para amar.

Sylvia Plath, Olmo, 1962.

5 de dezembro de 2010

As horas passam
e não convencem
que a vida diminui

as horas restam,
tremem, choram,

as horas escorrem,
embebedam, satisfazem.

Minhas horas,
as horas,
tais horas,
quais horas?

As horas passam
as horas restam
as horas escorrem
por entre mãos mordidas de vida.