o corpo flui
em toques,
suores, salivas.
o corpo é mapa,
tesouro escondido,
fonte de luz.
o corpo degusta,
rompe barreiras,
é livre.
o corpo é tesão,
sofreguidão
e volúpia.
20 de maio de 2017
19 de abril de 2017
Queria ter as palavras perfeitas
para te oferecer.
Os sonhos mais lindos,
as horas mais longas.
Queria te escutar por horas,
sua risada, suas histórias,
ser teu porto seguro.
Desejo ter cinco minutos nos
pensamentos do seu dia.
Queria te olhar diferente para
que não pudesse doer tanto.
Queria te contar meus sonhos,
meus desejos, sobre meus sentimentos.
Não há ordem nessa história de coração.
Há caos, tormenta, ventania,
mas basta uma troca de olhar,
para que chegue a calmaria.
No espelho da vida,
reconheço-me em você,
te reconheço em mim.
Somos fragmentos espalhados
nessa vida atrapalhada.
Já vivemos nossas cotas de pedras,
porque não abastecer com um pouco de delicadeza?
6 de abril de 2017
Aqui jaz Absurdolândia,
o lugar da ignorância,
da resiliência
e da ineficiência.
Ineficiência dos governantes,
que são pulgas saltitantes
e porcos ultrajantes.
Um país onde o trabalhador não tem vez
e o patrão só mostra estupidez.
Um país que acolhe o feminicida
e despreza a massa entristecida,
que fica cada dia mais desfavorecida.
Esse é o país do magnata,
do ladrão de gravata.
E quem paga as mazelas dessa nação?
somos nós, com esfregão na mão,
com os pés no chão,
com o vencimento da prestação
e com uma dor no coração.
Quem paga é a mulher assediada,
a garota baleada,
a criança estuprada.
O negro subjugado,
O trabalhador escravizado,
O povo vilipendiado.
o lugar da ignorância,
da resiliência
e da ineficiência.
Ineficiência dos governantes,
que são pulgas saltitantes
e porcos ultrajantes.
Um país onde o trabalhador não tem vez
e o patrão só mostra estupidez.
Um país que acolhe o feminicida
e despreza a massa entristecida,
que fica cada dia mais desfavorecida.
Esse é o país do magnata,
do ladrão de gravata.
E quem paga as mazelas dessa nação?
somos nós, com esfregão na mão,
com os pés no chão,
com o vencimento da prestação
e com uma dor no coração.
Quem paga é a mulher assediada,
a garota baleada,
a criança estuprada.
O negro subjugado,
O trabalhador escravizado,
O povo vilipendiado.
23 de fevereiro de 2017
Houve um tempo, uma rosa
Perdida no emaranhado de meus
pensamentos, houve um tempo em que as coisas eram mais fáceis. Nunca parei
tanto para pensar naquilo que eu sinto ou que deixei de sentir, nas dores que
colocam meu coração em lágrimas. Houve momentos em que não quis mais estar aqui
ou ali. Eu quis estar e ser notada, mas antes de qualquer coisa eu deveria ter
me notado. Notar que eu posso, sim, demonstrar meus sentimentos, eu posso
sentir, pulsar, vibrar. Eu deveria ter notado que toda minha insegurança não
vem de uma simples timidez, vem de temores maiores e anteriores. Deveria ter
procurado com quem conversar mais cedo, ter me exposto. Expor-me é tão doloroso
quanto uma faca rasgando minha carne. Me congela, me desnuda. Aquela que um dia
fui,m perdeu-se pelo caminho, hoje me sinto melhor, madura, mais alegre, mas
com cicatrizes. Sinto um tesão tremendo pela vida. Sinto aquela insegurança
percorrer cada milímetro do meu corpo. Eu me perco em olhares, me perco em
ilusões. Houve um tempo em que eu apenas brotava, eu apenas crescia, eu apenas
enxergava o que estava a minha vista. Houve um tempo em que o escuro me dava
medo e que o futuro era a escuridão mais chocante. Hoje aquilo que enxergo vai
além da vista, dos sentidos, dos pesares. O que sinto vai além das palavras.
Hoje desabrocho, viva, consciente. Houve um tempo em que era semente, hoje sou
rosa.
14 de fevereiro de 2017
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