Perdida no emaranhado de meus
pensamentos, houve um tempo em que as coisas eram mais fáceis. Nunca parei
tanto para pensar naquilo que eu sinto ou que deixei de sentir, nas dores que
colocam meu coração em lágrimas. Houve momentos em que não quis mais estar aqui
ou ali. Eu quis estar e ser notada, mas antes de qualquer coisa eu deveria ter
me notado. Notar que eu posso, sim, demonstrar meus sentimentos, eu posso
sentir, pulsar, vibrar. Eu deveria ter notado que toda minha insegurança não
vem de uma simples timidez, vem de temores maiores e anteriores. Deveria ter
procurado com quem conversar mais cedo, ter me exposto. Expor-me é tão doloroso
quanto uma faca rasgando minha carne. Me congela, me desnuda. Aquela que um dia
fui,m perdeu-se pelo caminho, hoje me sinto melhor, madura, mais alegre, mas
com cicatrizes. Sinto um tesão tremendo pela vida. Sinto aquela insegurança
percorrer cada milímetro do meu corpo. Eu me perco em olhares, me perco em
ilusões. Houve um tempo em que eu apenas brotava, eu apenas crescia, eu apenas
enxergava o que estava a minha vista. Houve um tempo em que o escuro me dava
medo e que o futuro era a escuridão mais chocante. Hoje aquilo que enxergo vai
além da vista, dos sentidos, dos pesares. O que sinto vai além das palavras.
Hoje desabrocho, viva, consciente. Houve um tempo em que era semente, hoje sou
rosa.
23 de fevereiro de 2017
14 de fevereiro de 2017
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