27 de setembro de 2007

Só, nós

Os nós são desfeitos
e as cores aparecem
como ventos, como sonhos.
E o colorido da vida
vai mudando de estação
impregnando meu corpo inteiro
o mundo inteiro,
demorando, para fazer charme.
Os cantos dos pássaros
são as músicas daqui e de acolá,
o meu futuro encontra o seu
e fazemos um filho chamado Vida!
Vida que traz e que leva,
Que dá e recebe,
Que vive, mas que também morre.
E, assim, os nós são refeitos

para novamente serem desfeitos.

26 de setembro de 2007

O amor

Ás vezes sinto o coração acelerado. Eu amo! Que maravilha! Mas quando o amor torna-se dor, que dilaceração! Porque há amores dor? Porque há amores não concluídos? Porque há dor no fina do amor? Não sei o que escrever, na verdade.
Não estou sofrendo por amor, mas tenho um amigo que sim, e dói saber isso. Pois o amor dele é tanto que ele gosaria de fazer coisas inimagináveis!


quero dor
amor
amor
na dor
eu não gosto
quero ser
ter
o amor
sem dor.

23 de setembro de 2007

Palco

Burburinho. Pessoas conversando com amigos e parceiros que sentam-se aos lados. Um som anuncia que a peça já vai começar: “Por favor, desliguem seus celulares”, a moça diz no microfone. O burburinho acaba. Silêncio total. As luzes se apagam, e um pequeno feixe de luz ilumina um pedaço do palco. Meu coração bate forte com a música que inicia. Adoro ir à teatros, sempre é uma nova sensação. Minha boca seca com a ansiedade, os atores estão demorando! Ah, mas quando eles entram em cena, fico boquiaberta. É uma delícia ver histórias encenadas por atores, histórias que você só conhecia de leituras… Olho ao meu redor e fico imaginando o que as outras pessoas estão pensando, e vejo rostos sorridentes, alegres, tristes, há alguns que até choram… Cada um recebe de sua maneira o que estão vendo, mas tenho certeza que todos estão gostando. Quando a cortina se fecha e os atores desaparecem, fica uma sensação de alívio e gratificação, mas também bate uma saudade e uma enorme vontade de rever a história contada. Assim, vou até o guichê e compro um ingresso pro dia seguinte, só para poder sentir tudo novamente.

19 de setembro de 2007

Não é só a inércia responsável pelo fato das relações humanas se repetirem caso após caso indescritivelmente monótonas e viciadas. É a inibição frente a qualquer experiência nova e imprevista com a qual não nos achamos capazes de lidar. Mas só alguém que esteja disposto a qualquer coisa que não exclua nada, nem mesmo o mais enigmático viverá a relação com o outro como uma experiência nova.

Rainer Maria Rilke

18 de setembro de 2007

Um Bigo

versículo 1

com um sorriso e uma altivez que foram presentes da vida, mais o acréscimo de um charme e elegância, ele conquistava todas as mulheres que queria. seus pequenos olhos castanhos brilhavam naturalmente, suas roupas escolhidas a dedo, impressionava qualquer pessoa. alto, bonito e rico. e mesmo assim ele tinha um defeito. um defeito pequeno, mas que nunca o deixou em paz. fora a especialistas, freqüentou centros de umbanda, espíritas, tentou até regressão, mas nada respondia a sua pergunta. nada o fazia mudar.

versículo 2

para ele conquistar era fácil, o difícil era o depois. jamais levava as mulheres pra sua casa, o caminho para o sexo sempre era o caminho mais curto: a casa dela ou o motel. na hora h, sempre falhava. ele se excitava e se fechasse os olhos conseguia transar. só de olhar para o umbigo da mulher ao lado, que o “amiguinho” dele descia feito bomba atômica. seu defeito era procurar o umbigo perfeito. e nenhum o excitava. ou era profundo, ou saltado, alguns eram enrolados, outros não tinha sentido nenhum. mas quem não fazia sentido, na verdade, era ele.

versículo 3

uma noite qualquer, viu uma mulher linda, vestida de vermelho. dress to kill. pronta pra arrasar o coração dos desavisados. e ele era um desavisado. tentou se aproximar, usou seus truques, mas nada fazia com que aquela mulher o olhasse. sentiu um frio na barriga. sentiu que seu coração acelerava. suas mãos tremiam. ela sorriu. ele, então percebeu. ele não era o único que tinha um defeito. ela também o tinha. olhou uma última vez para ela e foi embora. não a viu mais. nem quis. ele se apaixonou por ela e não queria saber, muito menos ver seu umbigo.


ajudou na inspiração: pink floyd, shine on you crazy diamond (parte I e II)

14 de setembro de 2007

Los 3 mosqueteros

de propósito:


bu!!!
hahahaha
bu!!!
hahahaha
bu!!!
hahahaha

socado:

a dor dilacerante de um ferro quente na perna.

medo:

(sai correndo e esconde-se!)


*foi um textinho que fiz na oficina de literatura que participei em 2005. O exercício era fazer o medo, socado e de propósito personagens. E eu os fiz sendo os 3 mosqueteiros.


São movimentos eternos

e experiências não explicadas,
muros eternos de barro quebrado,
corpos flutuantes na passagem do aberto
um ano, uns meses, várias semanas
rios de dias transbordantes de sensações
mais vida, mais estrelas para nós…

11 de setembro de 2007

"Se apenas eu tivesse o eu mágico da primeira infância quando me lembrei como era antes de eu nascer, não me preocuparia mais com a morte agora que sei que as duas são o mesmo sonho vazio."

Kearouac, Jack. Tristessa; tradução Edmundo Barreiros - Porto Alegre, RS: L&PM, 2006.


"Cada livro de Kerouac é um único e telepático diamante."
(Allen Ginsberg)

8 de setembro de 2007

viajando na mente

sentada, com as pernas cruzadas e os olhos fechados

senti meu peito explodir. como um raio que batesse e chocasse todos os sentimentos. lembranças me afogaram, gota por gota, até meu coração transbordar, e de tão vermelho como sangue, entrar em erupção. uma lágrima escorreu por meu rosto e senti seu gosto salgado na ponta da língua. eu já não era mais a mesma. minha alma estava fugindo.

6 de setembro de 2007

"Que o cinema seja uma enorme simulação não diz nada contra sua pretensão de verdade. Será preciso ver como essa simulação se situa com relação à realidade. Até a ciência está cheia de simulações. A presença de simulação não diz nada por si mesma. É preciso ver se pode existir um uso filosófico da simulação no cinema."

Cabrera, Julio. Cinema pensa: uma introdução à filosofia através dos filmes, O; tradução de Ryta Vinagre - Rio de Janeiro: Rocco, 2006.

Irmãos? Será?

Hoje, assistindo a um clipe do cantor James Morrison, percebi a semelhança dele com o vocalista do Coldplay, Chris Martin. Quer ver?

James Morrison


Chris Martin