30 de outubro de 2008

25 de outubro de 2008

O sorriso da srta. M

Quando ouvi seu sorriso pela primeira vez, fiquei impressionado, estático. O som de sua gargalhada me levou até sua mesa. Na época, trabalhava vendendo flores para meu pai. Passei de mesa em mesa ansioso para chegar perto de ti. Ofereci as gérberas que vendia, mas ninguém aceitou. Você sequer colocou seus olhos em mim. Me senti traído, baixo. Ainda escutei um pouco do que falava, mas não entendia nada, parecia outra língua. Algum tempo depois vim a descobrir que era realmente outra língua: francês. Todos os dias passava naquele mesmo bar, mas foi depois de muito tempo que reencontrei a dona de tão doce voz. Novamente ofereci as flores, mas você continuou a me ignorar. Triste, fui embora. Em meu quarto escuro decidi algo que faria com que me olhasse. Colocaria meu plano em prática no próximo encontro. Saía todos os dias com minha melhor roupa, com meu melhor humor e sempre voltava com mais dinheiro. Meses se passaram até reencontrá-la naquela mesma mesa de bar. Meu coração parou ao escutar o som de sua gargalhada. Mas mantive minhas pernas firmes. Quando cheguei em sua mesa e você teimou em não me olhar, tirei uma rosa branca que mantive escondida entre as gérberas e disse com uma voz tímida: “para você!”. Todos me olharam, inclusive ela. Quando virou seu rosto para mim e pude ver enfim, seu olhar, me senti o homem mais rico e feliz do mundo. Ela sorriu, pegou a rosa e com uma voz suave disse: “merci, beaucoup, mon petite!”. Eu corei, tratei de sair logo dali e quando estava numa distância razoável, sentei na calçada e chorei. Chorei de felicidade. Ao longe ainda escutava sua risada. Ela sorriu para mim! Ela-sorriu-para-mim! Não parava de repetir e relembrar. Estava apaixonado pela primeira vez e não podia contar a ninguém. Mas, afinal, quem acreditaria em mim? Eu tinha apenas 10 anos!

14 de outubro de 2008

Crônica de uma memória e de uma paixão

Ah, hoje a lua está divina! Fez-me lembrar das noites quentes e estreladas de Assis, minha cidade natal. Adorava ficar sentada, ou no chão ou na cadeira, vendo a Lua iluminando meus pensamentos. Nesses tempos eu me misturava de várias formas para agüentar coisas que hoje não posso mais suportar, mas que precisava aprender na época. Hoje sinto que os momentos passados a sós pelas horas intermináveis me ajudou a superar solidões que ainda hoje tenho, mas que necessito de certa forma para me recompor. Gosto de estar sozinha, às vezes, mas também adoro estar com meus amigos. Amores, por enquanto, vieram e foram-se para algum lugar inexplicável e me deixou lembranças de momentos bons e ruins. Hoje, minha companheira e que será eterna é a escrita. Tanto a leitura quanto a poesia. Minhas paixões e seduções. Eu as seduzo e elas me seduzem. Quando passo a tinta pelo papel e as palavras vão se formando... é como ver a Lua! É saber estar apaixonado! E como dizia Vinicius, "quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada não". E eu sou uma eterna apaixonada pelas palavras ditas e escritas.

13 de outubro de 2008

Para viver um grande amor - Vinicius de Moraes

"Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor."

5 de outubro de 2008


Pisando em folhas secas
Na semi-escuridão de minha sala
Com sons de palmas vindas da música
Fumaça indo e vindo do meu corpo
Leveza fluindo pelo sangue-corrente-vermelho
Agora falta a moça que me escapa
Que me encanta
Que me suga da realidade virtual
Caê-Carol-poesia
Viro de um lado para outro
E cá estou...
Vivo líquido sonho realidade