29 de agosto de 2008

Hoje, o silênco me invadiu. Me trouxe nostalgia. Até um pouco de vazio. "Felicidade só é verdadeira quando compartilhada", foi o que acabei de ver no filme Na natureza selvagem, o filme é brilhante. A direção de Sean Penn é magnífica. A fotografia lindíssima. A história é tão dolorida, tão solitária e única. Mostra o que a angústia nos leva a fazer, a pensar, a sentir. A solidão está sempre conosco, assim como a felicidade. São pequenas coisas que nos comovem, pequenos presentes que a vida nos dá. Sensações. Sentimentos. Correm em nossas veias, pulsam nossa adrenalina, angustiam nossos corações. As palavras nos confortam, e por muitas vezes nos amedrontam. Não queria fechar os olhos essa noite. Gostaria de viver cada segundo de minha vida de olhos abertos. Mas eles teimam em fechar. Em dado momento eles sempre descansam. Descansam para que no dia seguinte possamos acordar e viver. E viver. E viver. E viver...
"I'm not in love
but I'm open to persuasion..." -
Joan Armatrading

25 de agosto de 2008

Crônicas de um engano

De manhã o telefone toca:

-Bom dia, a senhora Carolina, por favor?
-Sou eu!
-Dona Carolina, meu nome é Fulana, da NET, me perdoe mas cometi um engano com seu noivo!
(Assustada)
-Noivo?
-Sim, o senhor Roberto!
-Mas o Roberto não é meu noivo!
-Desculpe senhora Carolina...

À noite uma janelinha do MSN pisca:

-E aí mamãe, como é que vai essa força?
-Mamãe? Hoje acordo noiva e dormirei mamãe...
-É, lembra o meu portifólio que você editou?


Acho que nem vou dormir de susto! Já me imaginei num filme: fui pra Las Vegas, bebi demais, casei e virei mamãe!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK....

23 de agosto de 2008

Medo

Quando as coisas vêm fácil demais, nos enganamos, tropeçamos, caímos, ganhamos alguns arranhões, levantamos e continuamos nossa vida. Tudo que vêm fácil demais, terá obstáculos no percurso. Nada é impossível. Tudo é provável. Precisamos nos concentrar e ter a certeza de onde estamos e se esse é o caminho correto. Mas se ficarmos na dúvida por muito tempo, desperdiçamos tempo. É preciso arriscar. É preciso aprender a arriscar. É preciso jogar os dados e ver o resultado. O medo nos divide, nos invade, nos atormenta. Mas o que seria da vida sem o medo para nos encorajar? Osho diz que o "medo é o sentimento de não estar ligado à existência". Eu tenho medo e é ele quem está me mostrando quem eu sou, o que eu quero, porque estou aqui. O medo tem me dado vida, coragem, força. Algumas coisas e pessoas apareceram em minha vida para me ensinar, e eu preciso aprender com isso e com eles. Algumas coisas vieram fáceis, e estão aparecendo os obstáculos. O resultado eu não sei. Um dia terei as respostas. Mas, no momento, quero aprender. Meus sentidos estão aguçados. Jamais me senti tão presente e viva. Jamais serei a mesma. Sempre inconstante. Sempre eu. Às vezes triste! Muitas vezes, feliz!

21 de agosto de 2008

Com a fumaça de meu cigarro, meu pensamento viaja. O barulho da rua me faz meditar cada vez mais para dentro de mim. Sua imagem passa pela minha memória como um raio. Seu olhar procurando o meu. O toque que não houve. O doce do seu lábio não tocado. Tudo passa pela minha mente como um disco quebrado. Repasso, repasso, repasso. Tudo foge do lugar. Tudo escapa a compreensão. Sentada, fumando meu cigarro, me sinto parte de algo que não sei o quê. Sinto que me distancio cada vez mais de mim e fico mais perto de ti. Sonho com o dia que posso te reencontrar, que poderei falar tudo ou nada, encontrar seu olhar, dar um abraço gostoso e aconchegante. Sentir seu perfume novamente. O cigarro acaba, a meditação acaba, volto pro mundo real e para meu quarto, onde abro um livro e fico até dormir.

20 de agosto de 2008

Que noite!
Noite escura
Fria

Que palavras!
Palavras salgadas
Suadas

Que noite!
Noite de lua e estrelas
Brilham

Que sonho!
Sonho de candura
Desejo

Que saudade!
Saudade de quem?
De você, aqui.

17 de agosto de 2008

Mais uma para Adriana Calcanhotto

16 de agosto - 21 horas - Show Adriana Calcanhotto no Sesc-Campinas

No meio da multidão, eu era mais uma gritando. Mais uma cantando. Mas estava fascinada. Quando as luzes se apagaram, os músicos foram entrando, ela, toda vermelha em sua imensidão e com olhos da cor do mar que brilhavam com as luzes, entrou com seu jeito faceiro, brincando com a gente. Jogou ao chão uma capa brilhante e sentou em seu banco e começou cantando "Maré". Até então, eu com meus 1,55m de altura via alguns relances dela, mas quando o cara alto saiu da minha frente, noooooooooossaaaaaaaaa!!!
Ela estava linda. Reluzente! Cantou todas as músicas do álbum "Maré" e alguns sucessos, além de cantar uma música que ela escreveu para Mart'nália (gravado originalmente por Marisa Monte), cantou também uma homenagem ao Caymmi (que vai nos deixar saudade) e uma do Guilherme Arantes, que na voz dela ficou MA-RA-VI-LHO-SA! Além de tocar violoncelo!
Dos shows que assisti, o da Adriana Calcanhotto foi o que mais gostei. Gostei não. Amei. Os músicos são competentes pra caramba! Pena que a bateria da minha máquina fotográfica resolveu dar "peti" e tive que usar o celular, com sua resolução mínima, para tirar fotos.
Esse show vai ficar em minha mente por muito tempo. Nem dormi direito à noite. Eu poderia ter passado a noite inteira escutando e vendo-a cantar.
Fã é fã. Seja aqui ou na China. (Risos)

14 de agosto de 2008

"Ah, mas como eu desejaria lançar ao menos numa alma alguma coisa de veneno, de desassossego e de inquietação. Isso consolar-me-ia um pouco da nulidade de acção em que vivo. Perverter seria o fim da minha vida. Mas vibra alguma alma com as minhas palavras? Ouve-as alguém que não só eu?"
Fernando Pessoa, in Livro do Desassossego

Ai, meu caro amigo Pessoa! Se soubesses o quanto me desassossega! O quanto suas palavras fazem com que minha alma vibre ao saber que não sou única no mundo. Que não é só os meus tormentos que me fazem desassossegada. Não sabes que quando o leio, todas suas palavras vão se tornando parte de mim. Tomando conta de meu coração e fazendo-me chorar, ora de alegria, ora de tristeza.
Em tempos como esse, onde me escondo e me mostro, quando me atinjo e me protejo, seu livro é que me confortas! Porque lê-lo me faz esquecer. E faz-me escrever também! E como você mesmo diz "escrever é esquecer".

7 de agosto de 2008

Último suspiro

Sempre amara aqueles olhos azuis. Não sabia se foi o olhar dela ou sua voz mansa, baixa que o encantara tanto. Claro que havia todo um contexto para sua paixão, mas isso não era o que mais importava naquele instante. Seu toque, a maneira como passava a língua discretamente nos lábios para molhá-los, o cabelo caindo em seu rosto a perturbando. Todo detalhe dela o encantava.
"Você lembra que hoje é aniversário do Jorjão?" - pergunta ela toda meiga.
"Claro que sei. Te pego no serviço às seis e vamos pra casa nos trocar." - respondeu, distraído em seu rosto.
Por um momento ela ficou vexada de tanto que ele a olhava. Tirou o cabelo do rosto e foi pegar mais salada. Aquele dia, um dia diferente de tantos outros, eles conseguiram almoçar juntos depois de tanto tempo. O trabalhos dos dois nunca tinha uma brecha pra almoçarem juntos.
Quando sentou novamente na mesa, ele disse que precisava voltar ao hospital. E ela precisava voltar também para a agência, tinha uma apresentação em menos de uma hora.
Eles se despediram na calçada. Ela olhou para ele mais uma vez e pegou seu caminho de volta ao emprego. Como num relance, no meio da rua, ele se virou para olhá-la mais uma vez. Aquele andar que o torturava. O que ele não esperava era que um carro, em alta velocidade, buzinando o acordasse daquele devaneio. Foi jogado longe. A freada fez ela se virar e vê-lo voando para cima de um carro. Gritou. Desesperou-se. Correu até ele. Abraçou-o. Apesar da dor, o olhar de sua mulher o fez sorrir. Aquele olhar que o anestesiava. Aquele último olhar junto com seu último suspiro. Um beijo apaixonado e dolorido. Choro. Grito. Dor.

6 de agosto de 2008

Bohemian Rhapsody - Queen

Essa música é de doer o coração. É linda, a letra é triste pra cara***!!! Foi considerada a melhor canção pop do século...

http://www.youtube.com/watch?v=irp8CNj9qBI

3 de agosto de 2008

Escorrego minha mão em seu corpo. Seus pêlos arrepiados. Contorno seu rosto com meu rosto e quando chego em sua boca, pouso meus lábios nos seus. Um beijo molhado, calmo. Minha mão continua acariaciando seu corpo. Te abraço, te protejo. Sussurro palavras doces em seu ouvido. Um beijo na nuca. Dormimos.

*inspirado na música Sparks, do Coldplay

2 de agosto de 2008

o olhar, o toque
vermelho, espinho
corpos que cruzam sem encontro
palavras doces, molhadas
sugando os sonhos, os corações
pequenos gestos
poucos confrontos
duas rosas casadas
partes entrelaçadas
mais um olhar,
mais toques.