28 de novembro de 2008

O que é que acontece aqui dentro, que não consigo entender? Porque é que uma coisa dói tanto e nos faz sofrer dessa maneira? O amor, a paixão não deveria ser lindo, maravilhoso e todas as coisas gostosas que se ouve por aí? Aqui eu não consigo sentir nada disso! Eu não consigo pensar em um só detalhe que possa me fazer me sentir feliz e triste ao mesmo tempo, a não ser esse sentimento que carrego dentro de mim e que me afugenta do mundo, que me atormenta pelas noites e me faz sentir solidão. Nada é tão puro e triste do que o amor. Nada me faz sentir tão viva!

27 de novembro de 2008

Pisando em folhas secas
Na semi-escuridão de minha sala
Com sons de palmas vindo da música
Fumaça indo e vindo do meu corpo
Leveza fluindo pelo sangue-corrente-vermelho
Agora falta a moça que me escapa
Que me encanta
Que me suga da realidade virtual
Caê-Carol-poesia
Viro de um lado para outro
E cá estou...

Vivo líquido sonho felicidade.

26 de novembro de 2008

"Existir é renegar. Que sou hoje, vivendo hoje, senão a renegação do que fui ontem? Existir é é desmentir-se. Não há nada mais simbólico da vida do que aquelas notícias dos jornais que desmentem hoje o que o próprio jornal disse ontem."

Fernando Pessoa - Livro do Desassossego

O invisível

tudo bem se não vem além do sonho
amanhã será igual, será de novo
e não tenho nada pra mudar em você
e não tenho nada pra dizer, porquê...

e não tem porquê partir
e não tem porquê ficar
e não tem porquê partir
não tem porquê duvidar de mim

olha não sou de ferro, não sou de aço
mas sou teu

olha não sou de nada,
não sou ninguém
mas sou teu,
meu bem.

será que eu sou o invisível
o homem que ninguém vê
a mulher que ninguém vê

será que andei por me perder
por me vender
pra viver

acho mesmo que eu sou
o caminho do meio
o bebê que não veio

aquele que ninguém quer saber
o plano era ficarmos bem
irmos pro além mar
o plano era ficarmos bem - bem.

Rick, um grande amigo meu, escreveu essa poesia para uma música que fiz.

22 de novembro de 2008

O avião pousou. Estava nervosa. Sentia seu coração bater aceleradamente. Não sabia mais o que sentia. Ou sabia e não queria confessar. Há cinco anos foi morar em Portugal e não voltava para o Brasil desde então. Não queria mais ver aquele rosto do qual sentia tanta saudade, nem ouvir aquela voz irresistível. Seria o homem de sua vida, caso tivesse algum relacionamento com ele. Nunca o disse, no entanto. Não era o momento. Talvez pudesse o dizer agora, mas eram tão amigos! E não se falavam há tanto tempo!
Ao sair do aeroporto, passou pelo seu apartamento, que só não estava abandonado, porque pagava mensalmente uma mulher para cuidar dele. Comeu alguma coisa rapidamente e saiu. Foi para aquele bar onde sempre freqüentou com ele. Antes de sair de Portugal, mandou um e-mail para que se encontrassem ali. Não sabia se ele iria, pois não viu mais sua caixa de entrada.
Sentou numa mesa e pediu um chopp. Balançava sua perna incessantemente. A angústia tomou conta de sua mente. Pensou que ele não teria lido o e-mail, ou que já não possuía mais aquele endereço de e-mail. Ela havia partido sem dizer adeus e voltava sem mais nem menos depois de cinco anos incomunicável. Pensou também que ele ainda sentia grande ressentimento por sua repentina partida.
Olhava seu relógio e a hora passava demoradamente. Cinco minutos pareciam duas horas! Num relance, viu um homem barbado parar em frente de sua mesa e a olhar. Conhecia aquele olhar! Ele foi! Ele estava ali, parado a olhando como nunca a olhara antes!
Sentou-se e como um papagaio ele falou tudo o que queria ter falado nos últimos cinco anos em que ela fugira para outro país. Disse que a procurou, que mandou e-mails, disse ter ficado desesperado achando que ela poderia ter sido seqüestrada, assassinada, ou coisa parecida, até encontrar com uma amiga em comum, que contou toda a história da viagem. Ele se calou e a fitou. Ela não sabia o que dizer, a não ser um sinto muito envergonhado. Olhando para a mesa, viu que ele havia se casado. Sentiu seu coração apertar. Não deveria ter fugido, deveria ter dito alguma coisa. Começou a chorar!
De repente, estava falando tudo. Sobre seus sentimentos, seus ciúmes, suas inseguranças, que nunca quis perdê-lo como amigo, por isso não assumiu sua paixão. Ele esperou ela falar e contou que também era apaixonado por ela, mas não quis estragar nada. Mas que agora era tarde demais, pois estava casado e com filhos. Que aquele amor que sentiu ficou ressentido, que mudou, que nem a amizade sobrou.
Ficaram em silêncio por alguns minutos. Ele levantou e com um beijo em sua testa, se despediu. Eles não se viram mais. Ela sentiu-se aliviada por ter falado com ele, apaixonou-se por outros homens, algumas mulheres, mas jamais esqueceu aquele cheiro, aquele olhar, aquela voz que a fazia paralisar.

19 de novembro de 2008

17 de novembro de 2008

O sol se põe
e leva com ele,
de mãos dadas,
meu coração
que sangra,
derrete,
dói.

A lua nasce cheia,
reluzente,
e me transporta
para sonhos,
para lugares inimagináveis.

Agora,
deitada em minha cama,
volto a existir.
Só.
Eu.
Enfim.

12 de novembro de 2008

Nesses últimos dias, tenho estado sozinha. Aliás, tenho estado em minha companhia. Meus pensamentos estão me atormentando. Estou vivendo dias conturbados e felizes. É complicado, mas em meu corpo é tão simples! Fico aqui pensando em "cores que não sei o nome" e em "quais são as coisas pra te prender"! Estou enlouquecendo dentro de minha lucidez? Espero que sim!