18 de fevereiro de 2009

Para minha flor...

Ela é uma flor e sorri
Ela é uma flor e têm os olhos mais lindos e azuis
Ela é uma flor e sua voz é sonora
Ela é uma flor e não têm espinhos
Ela é uma flor e tem um toque suave
Ela é uma flor... e cheira a jasmim

Fim do mundo?

O céu dividiu-se em múltiplos pedaços
Cada pedaço sugou algo e alguém
Cada pedaço fechou-se como uma rosa
O céu escureceu, o mundo encurtou
As palavras derreteram
Os sonhos murcharam
As feridas não cicatrizaram
As casas quebraram...

Tudo mudou
Mas tudo continuou igual.

???

Consequente
Comumente
Como mente
Congruente
Com urgência
Como sente?
(In) consequente
Inteiramente
Sinceramente
Felizmente
Minha mente

14 de fevereiro de 2009

sentiu perder o chão. ou perdia qualquer coisa sua. sensações. vozes. alma. perdia-se entre tropeços e sonhos. levantou-se. o chão não era mais seu, mas de sua cabeça. o mundo girava e não sabia onde pararia. viu um banco por perto e sentou-se. deitou a cabeça pra trás e fechou os olhos. suas mãos suavam. seus joelhos batiam um contra o outro. um frio no calor de quarenta graus a atacou. tremia cada vez mais. perdia cada vez mais. por onde andará sua alma? por onde andará seu corpo? em que ponto poderia parar seu olhar? em que toques encontraria suas mãos? cada segundo que passava fazia com que sentisse mais medo. o pesadelo tomou conta de sua realidade. o sonho perdeu-se naquele abismo. não pensou mais nada. nada mais era seu para se pensar. nada mais tinha o mesmo gosto. tudo perdeu-se.

10 de fevereiro de 2009

Violão

O violão estava encostado há alguns meses. E, por meses, ele o encarava. Sentia o peito doer, a garganta secar, seus olhos marejavam. Sentia que não conseguiria mais tocar. Caminhava por horas e horas e só pensava em uma coisa: queria tocar de novo para ela. Ela que o tocara de uma maneira que nenhuma outra o havia tocado antes, que olhava para ele com aqueles grandes olhos azuis querendo o devorar. Caminhava, caminhava e não conseguia deixar de pensar nela, em seu toque sempre suave, seu beijo cheio de desejo, sua voz que enchia o coração de felicidade. Pensou até em vender o violão. Mas não, era presente dela. Relíquia. Chegava em casa, sentava no sofá e o encarava por horas. Sentia medo, vertigem. Não queria chorar ao tocar, mas já chorava só de lembrar. O coração arrependido gritava seu nome, sua vida, seu desejo. Pegou o violão em suas mãos. Colocou no colo devagar. Fechou os olhos e começou a dedilhar. Ao abrir os olhos, atônito, pensou “porque não?”. Saiu correndo com o violão nas mãos. Era longe, mas chegaria. Chegaria cansado e com a voz embargada. Estava frio aquela noite. Saiu sem casaco, apenas um cachecol no pescoço. Corria o mais depressa que conseguia. Chegou à praça onde a conheceu. Sentou num banco, suado, cansado e começou a dedilhar devagar, baixinho. Gritou uma, duas, três vezes. Chorava demais. As putas que faziam ponto ali, ficaram assustadas no começo, mas quando perceberam a dor daquele homem, daquelas músicas dedilhadas com o coração, sentiram vontade de chorar. Ele cantou e a lua apareceu enorme, cheia, iluminando sua serenata. Serenata que seria escutada pelo bairro todo, por corações apaixonados, por corações despedaçados. E, assim, ele fez todos os dias até conseguir chegar no coração daquela mulher que ele amava e que sempre amaria.

7 de fevereiro de 2009

quero todas suas cores
todos os seus mares
quero todos seus olhares

quero manchar meu corpo
com seu grito
com seu atrito

quero a escuridão
quatro paredes e um batom
e seu gosto dentro de mim.

5 de fevereiro de 2009

Deitada em minha cama e de olhos fechados, te vejo
Sinto você caminhar por meu corpo
Seu desejo me chamando e me roubando

Sinto as palavras quentes que saem de sua voz
Corro pensamentos e te encontro em mim
Me possuindo, me rasgando

Penetro em sua pele como se fosse a primeira vez
Sugo teus lábios,
Reintero pedidos

Realizo sonhos antes perdidos
Grito seu nome e me apeteço.

1 de fevereiro de 2009

estou me rasgando, me quebrando
os cacos estão se espalhando
e não consigo juntá-los.

estou me enlouquecendo
meu corpo clama em chamas
e chama por clemência.

quero gritar
mas a voz está presa em minha garganta
e me apavora.

meu sonho está machucado,
a paz está perdida
e eu não encontro respostas.

tira esse pavor de mim
essa vontade de chorar
essa dor que não cessa.