16 de agosto de 2007

Parem todos os relógios
Desconectem o telefone.
Impeçam o cão de latir
Com um suculento osso.
Calem os pianos, e,
Ao som de tambores rufando, tragam o caixão.
Que venha o cortejo.
Deixem os aviões
Voarem no céu
Escrevendo a mensagem:
“Ele está morto”.
Ponham laços de crepom
Nos pescoços das pombas.
Que os guardas de trânsito
Usem luvas pretas de algodão.
Ele era o meu Norte,
meu Sul, meu Leste e Oeste,
a minha semana de trabalho
e o meu domingo,
meu meio-dia,
minha meia-noite,
minha fala
e minha canção.
Achava que o amor ia durar para sempre.
Eu me enganei.
As estrelas não são necessárias agora.
Desliguem todas.
Embrulhem a lua
E desmanchem o sol.
Esvaziem o oceano
E limpem a mata.
Pois nada mais vale a pena.

W. H. Auden

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