14 de novembro de 2010

Qual é o contrário do amor?

Me peguei pensando o quanto estou vazia... Não no sentido de ser, mas de estar... Há muito tempo eu perdi um amor e não consegui me reencontrar. Talvez até tente às vezes, mas me sinto perdida no mundo. Um mundo onde todos têm seus pares e eu estou na individualidade do progresso, na individualidade do sucesso, na individualidade das conquistas, mas querendo ter alguém com quem dividir isso, ou pelo menos alguém com quem conversar sobre essas coisas... Meus amigos estão sempre aqui, mas... E o amor? Onde ele mora? Que toque tem? Que sorriso tem? Não sinto aquelas borboletas na barriga há muito tempo. Fiquei seca! Egoísta até! Quem sofre porque perdeu um amor é fraco? Talvez eu seja mais forte que todos os fortes, e mais fraca que todos os fracos. A equação nunca será definitiva.

Alguém sabe me dizer o contrário do amor? E não me venha dizer que é o ódio pois quero respostas originais, respostas que contradizem o que sinto e que mexam com minha secura...

E entãO:

QUAL É O CONTRÁRIO DO AMOR?

6 comentários:

Flipe... disse...

O amor pode ter bem mais forças antagônicas do que simplesmente o ódio. Mas, ao mesmo tempo, acredito que amor e ódio podem caminhar lado a lado. A ponte entre esses dois pensamentos diferentes é o contexto. Deixe-me complementá-los:

(1) Ódio, egoísmo, falsidade, injustiça, infidelidade e qualquer outra coisa que caminha nessa direção e que você queira imaginar, podem ser partes da força que se diz contrária ao amor. O que vai unir tais partes é o contexto, a situação que se está vivendo e até mesmo a cultura. Se podemos falcilmente dar uma definição ao ódio e não somos capazes de definir amor após dias de raciocínio, de fato essas não são duas forças proporcionalmente contrárias.

(2) Ao mesmo tempo, posso sentir ódio por causa do amor. Por exemplo, posso sentir ódio de mim mesmo por que cometi alguma falta para alguém que eu amo. Se eu não a amasse, provavelmente não sentiria ódio.

Assim, acredito que o amor não tem nada que lhe seja proporcinalmente contrário. Acredito ainda que ele pode usar muitos sentimentos (que a princípio lhes são opostos) como formas de se fazer visível.

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Mudando um pouquinho a direção dos meus pensamentos, ontem estava assistindo a um programa sobre a história do universo, sobre as leis da física que estão por todos os lados, e num determinado momento um cientísta afirmou que "ninguém pode criar ou destruir energia, mas apenas transformá-la". É assim que o universo trabalha, toda a energia já foi criada e vive em constante transformação. Enquanto lia o seu texto, acabei por fazer uma analogia entre a energia e o amor. Digamos que você seja um planeta, então o amor é a energia que já foi criada dentro do seu universo. Tudo o que você pode fazer é transforma-lá. Você disse: "Há muito tempo eu perdi um amor e não consegui me reencontrar". Entendo que você quis dizer que perdeu alguém, aquilo que motivava expressões e respostas externas do que em parte está dentro de você e que nunca vai ser perdido ou destruído, mas que deve ser transformado. Não sei dizer como você vai fazer isso, é uma questão pessoal. Também tenho as minhas perdas e sei que toda essa teoria pode não significar nada em determinados momentos, ou pode significar tudo.

Respondendo as outras perguntas: Para mim, o amor não mora em um lugar definido. Os muitos toques que lhe caracterizam são como os corpos celestes que entram em contato com a sua atmosfera. O amor tem tantos sorrisos quanto o número de estrelas que brilham ao redor do seu universo. Quem sofre por que perdeu "alguém", na minha humilde opnião, não é fraco. Fraco é quem não transforma o amor que nunca se perdeu e que está dentro de si em outras "formas de energia".

Abraço

Flipe... disse...

Olá... tudo bem sim, obrigado! embora esta também seja uma pergunta a se discutir (rs...)
Fico feliz que meu comentário tenha sido útil de alguma forma. Não a conheço pessoalmente, mas você me parece uma pessoa bem inteligente. Assim, acredito que você saberá o que fazer nesse momento. Mas não é só uma questão de inteligência: pode envolver atenção, cuidado, dedicação ou coragem para tentar algo novo. Como você disse, talvez ainda não seja o momento de usar essa energia para um "novo amor", mas você saberá (na hora certa) em que transformá-la.
Uma ótima semana! Abraço!

Regina disse...

Carolina, perdi um amor a seis meses, depois de 30 anos juntos. Ele foi embora, deixando este bilhete:"Fui embora"! Ele diz que cansou...e eu???? como fico???? estou seca, rude, chorosa, ímpar (sempre fui par), choro muito, todos os dias...você pergunta o que é o contrário do amor. Eu digo: fim da auto-estima, frustação, impotência, raiva, luto, sensação de sair do útero e nada encontrar, além do frio, da luz excessiva, do barulho. O contrário do amor é a indiferença,
a infantilidade, o adolescer com 52 anos, o fugir para procurar sensações novas, a idéia de ser feliz longe de quem o "serviu" durante 30 anos!
Respondi? não sei...mas é isto que sinto!
Abraços perfumados
Regina

Anônimo disse...

Adorei ter 'chegado até teus textos', encontrado teu espaço nesse 'universo virtual'! Gostei muito dos teus textos. O contrário do amor, penso que seja a indiferença... Abs, querida! Paz e luz!

Anônimo disse...

é exatamente como me sinto....vc traduziu minha alma.

abraços.







veias_abertas@hotmail.com

Joana disse...

Nossa que coincidência o filme "como esquecer" falar a respeito disso.

Joana
darc_j@bol.com.br