2 de julho de 2010

quando criança, fui costurada. fecharam todos meus sentimentos em um saco e jogaram no mar. fui costurada e ninguém se importou se um dia eu me importaria. então eu me misturo entre areias e sol, de cidade em cidade, de litoral a litoral, procurando aquele saco de pandora, onde poderei expor meus sentimentos. as pessoas não sabem qual é a sensação de poder sorrir. eu não sei o que é isso. nunca chorei. nunca gritei. nunca amei...
não há lugar no mundo para mim. não há quem queira conversar com alguém que não saiba se expressar. não há quem queira vagar com um fantasma. pois sou exatamente isso: um fantasma. o fantasma dos sentimentos que estão soltos por aí e ninguém se importou em me dar.

2 comentários:

Nathy disse...

Em mim há muitos sentimentos bloqueados também.

Flipe... disse...

"Todo o fantasma, [...] para existir, deve ter o seu drama, ou seja, um drama do qual seja personagem e pelo qual é personagem. O drama é a razão de ser do personagem; é a sua função vital: necessária para a sua existência"