os olhos se afastaram, como se procurasse no vazio alguma coisa perdida. as palavras estavam entaladas na garganta há tempos, mas não sabia como pronunciá-las. as mãos, cruzadas pesadamente, estavam entre os joelhos. balançava vagarosamente o corpo para poder sentir seu corpo se mover. de repente, olhou fixamente um ponto preto no canto da parede, seu corpo parou, descruzou suas mãos e puxando seus cabelos, gritou até não aguentar mais.
4 comentários:
Muito bom, minha cara.
Gosto do que vc escreve, sempre passo por aqui.
Abraço
Isso se parece muito comigo. Os pontos pretos nas paredes me perseguem e vivem roubando a minha atenção. Quando encontro um ponto assim perdido, tenho a impressão de me encontrar por um rápido e mágico instante. Mas esse ponto é tão volátil quanto a minha compreensão e me escapa. Fica apenas o estranhamento daquilo que perdi sem nunca ter encontrado.
Beijos prima!
Um pouco de ar nos pulmões nessas horas faz bem. Fiquei a imaginar esse ponto preto na parede e o desconforto causado por ele. Eu fecharia os olhos e visualizaria o mundo por um outro lado, mas as reações são individuais.
Abraços
que agonia!!!!
agonia
agonia...
que agonia
Ana Rê..
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